A GAV Resorts iniciou suas atividades em 2014 no município paraense de Salinópolis, distante 220 km da capital e com cerca de 45 mil habitantes. Na época era apenas um destino regional e com muito pouco infraestrutura para receber os turistas. Para iniciar as atividades levou em consideração as praias paradisíacas, alta gastronomia, uma cultura forte e um povo acolhedor. E essa aposta deu certo e fez com que Salinópolis se despontasse no cenário nacional do turismo, contando com uma moderna infraestrutura. Isso incentivou a GAV Resorts a escolher outros destinos para desenvolver projetos turísticos imobiliários.
Trabalhando no conceito da multipropriedade, hoje a empresa é considerada um dos maiores players do setor devendo alcançar até 2025 o montante de R$ 6 bilhões em valor geral de vendas e ter até 2027, pelo menos 14 resorts entregues. E diante das oportunidades apresentadas pelo mercado da indústria de propriedade compartilhada no Brasil, a GAV Resorts faz planos de consolidar ainda mais presença em outras regiões. Confira nessa entrevista exclusiva em conjunto de Manoel Vicente Pereira Neto, Presidente da GAV Resorts e Átila Gratão, Sócio Diretor Comercial da GAV Resorts.
Revista Hotéis - O que o motivou a entrar no segmento da multipropriedade? Qual foi a bagagem profissional que levou e os desafios do cargo de presidência da GAV Resorts?
Manoel Vicente Pereira Neto - Antes de entrar para o mercado de multipropriedade, passei por diversos setores, como varejo, automóveis, indústria e comércio exterior. Em 2014, tornei-me sócio da GAV Resorts. A multipropriedade despertou meu interesse pela inovação e pela oportunidade de oferecer uma experiência diferenciada aos clientes.
Assumir o cargo de Presidente da GAV Resorts me trouxe desafios significativos. Foi necessário compreender as particularidades do modelo de negócio e desenvolver estratégias para impulsionar o crescimento da empresa. Além disso, enfrentei o desafio de comunicar ao mercado sobre os benefícios da multipropriedade e superar eventuais resistências. No geral, minha experiência profissional e minha paixão por inovação e empreendedorismo me motivaram a ingressar no setor.
R.H - O que levou a GAV Resorts a iniciar as operações em Salinópolis (PA) e quais as transformações que fizeram nesse destino?
Átila Gratão - Alguns fatores são: destino sensacional, praias paradisíacas, alta gastronomia, uma cultura forte e um povo acolhedor. Tudo isso apontou para Salinópolis como sendo a melhor escolha no Norte, uma vez que as pesquisas em operações de vendas em Goiás apontavam uma forte cultura de férias do público nortista.
Há quem diga que Salinópolis mudou para melhor depois da chegada da GAV. A alta valorização imobiliária na região de lá para cá comprova isso. O padrão da estrutura e hospitalidade dos resorts aumentaram substancialmente o fluxo de turistas, bem como o estímulo para novos investimentos na região. O apoio do poder público também facilitou o acesso com melhores estradas, duplicação da via à Praia do Atalaia, aeroporto e muito mais. Tudo isso tem colocado Salinópolis no mapa do turismo nacional.
“Acabamos de chegar em Maragogi/AL com o Oikos Maragogi GAV Resorts, um dos destinos de férias mais procurados do Brasil”
R.H - Quais são os projetos imobiliários em desenvolvimento e a expectativa para os próximos anos?
M.V.P.N - Acabamos de chegar em Maragogi/AL com o Oikos Maragogi GAV Resorts, um dos destinos de férias mais procurados do Brasil. Além do sucesso do Gran Valley em Gramado, estamos lançando nosso segundo resort na região. Ainda neste ano, planejamos lançar um novo empreendimento na Bahia. Até 2027, teremos pelo menos 14 resorts entregues, oferecendo aos nossos clientes uma variedade incrível de opções para explorar. Temos confiança de que estaremos entre as cinco principais redes hoteleiras do Brasil em termos de quantidade de apartamentos, proporcionando um valor agregado excepcional aos nossos clientes.
R.H - O que difere a GAV Resorts das demais empresas que atuam no segmento de multipropriedade?
A.G - A GAV Resorts é uma empresa com uma cultura muito forte, estruturada, tem total consciência de onde está, para onde quer ir e uma estratégia bem desenhada. O fato de ser uma empresa verticalizada aproxima os setores e melhora a comunicação, ganhando uma larga vantagem nas tomadas de decisões. Sem contar que temos o time mais engajado e apaixonado do Brasil.
R.H - Quais são as práticas e modelos adotados de ESG pela GAV Resorts, como isso impacta na operação e os resultados alcançados?
M.V.P.N - Buscamos garantir a sustentabilidade ambiental e promover o bem-estar social. Em nossas obras, seguimos rigorosos planos de controle ambiental e gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil, em conformidade com a legislação ambiental. Dessa forma, asseguramos que não haja impactos negativos ao meio ambiente durante a construção e operação dos empreendimentos.
Além disso, valorizamos a diversidade, igualdade de oportunidades e investimos no desenvolvimento e bem-estar de nossos colaboradores. Também nos envolvemos ativamente com as comunidades locais, apoiando iniciativas sociais significativas. Outra área que investimos bastante, é no incentivo ao esporte por meio de patrocínios para proporcionar mais oportunidades para os atletas e jovens talentos.
R.H - Como analisam as oportunidades apresentadas pela multipropriedade no Brasil e quais são os principais gargalos existentes?
A.G - Não tem como analisar a multipropriedade no Brasil sem olhar para mercados mais maduros. Nos Estados Unidos por exemplo, esse mercado movimenta em torno de US$10 bilhões por ano, e cerca de 3% da população do país possui multipropriedade.
O Brasil é um país de tamanho continental, com clima tropical, com uma beleza natural fora do comum, uma extensa faixa litorânea e um povo fascinante. A multipropriedade está apenas começando por aqui desde a implementação da Lei nº 13.777 da multipropriedade em 2018. O mercado avançou muito desde então, e devemos estar atentos e consolidar bons projetos, empresas sérias e boas práticas para que o setor perdure e continue crescendo constantemente.
R.H - A venda de impacto para captação de clientes recebe muitas críticas no setor, assim como promessas de que a fração imobiliária é um investimento rentável, o que acaba gerando muitos distratos. Como lidam com essa questão e qual o modelo e abordagem de venda que possuem?
“Quem compra propriedade compartilhada está adquirindo um imóvel de segunda residência com todas as suas vantagens, com foco em férias e lazer”
A.G - O modelo de prospecção e vendas foi herdado na implantação dos primeiros empreendimentos na década de 80 no Brasil e já era praticado nos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Com o passar dos anos e o avanço da tecnologia, a forma de se relacionar e comunicar no mundo mudou. Nos mercados mais maduros, tem havido a necessidade de se reciclar e implantar novos modelos. Na GAV, estamos investindo muito em tecnologia e entretenimento para acompanhar essa evolução e proporcionar uma prospecção passiva focada na experiência do cliente, desde o convite até a jornada de uso da sua propriedade.
Quem compra propriedade compartilhada está adquirindo um imóvel de segunda residência com todas as suas vantagens, com foco em férias e lazer. Quanto aos distratos, temos a certeza de que, quanto mais clareza nas informações, mais divulgação do modelo, mais empreendimentos entregues dentro do prazo e mais suporte no pós-venda. Isso gera uma confiabilidade maior para o cliente.
R.H - O que levam em consideração na hora de escolher um destino para investir? E quais os potenciais destinos que ainda pretendem chegar? A internacionalização é uma possibilidade?
M.V.P.N - Ao escolher um destino para investir, levamos em consideração critérios como demanda turística, infraestrutura local, atratividade do destino e estabilidade econômica. Buscamos destinos estratégicos no Brasil e nosso objetivo atual é consolidar ainda mais nossa posição no mercado nacional, oferecendo empreendimentos de alto padrão para nossos clientes.
R.H - No Brasil existe muitas dificuldades de acessar funding no segmento hoteleiro e muitas empresas recorrem a venda de certificados recebíveis para fazer fluxo de caixa e algumas tiveram problemas recentes com o calote. Que análise faz dessa situação? É algo pontual ou que inspira preocupação? E como a GAV lida com a questão?
M.V.P.N - A dificuldade de acesso a funding no segmento hoteleiro no Brasil é uma questão que merece atenção. Na GAV Resorts, abordamos essa questão com cuidado, realizando análises criteriosas das oportunidades de financiamento e buscando parcerias sólidas. Mantemos um controle financeiro rigoroso e implementamos medidas de mitigação de riscos para preservar a saúde financeira da empresa e a confiança dos nossos clientes.