Jorge Rebelo de Almeida, Fundador e Presidente da Vila Galé Hotéis.

Escrito em 03/03/2025
Edgar J. Oliveira


O Vila Galé possui 46 hotéis em operação, sendo 33 em Portugal, 11 no Brasil, um em Cuba e um na Espanha. Ao todo gera emprego para mais de 4.000 colaboradores que asseguram a qualidade e a excelência dos serviços prestados.

Ao contrário da grande maioria das redes internacionais que chegam ao Brasil usando somente suas marcas para franquiar e não fazem investimento, o Vila Galé faz investimentos com recursos próprios no Brasil. E desde nossa chegada ao Brasil, já investiu mais de R$ 1,2 bilhão no País.

Seu plano estratégico de crescimento prevê que até 2026 inaugure mais seis empreendimentos, totalizando um investimento de aproximadamente R$ 700 milhões. E mesmo com tanta burocracia para aprovação de projetos e licenças, o Brasil está na mira do Vila Galé para crescer e se consolidar cada vez mais. Confira nessa entrevista exclusiva com Jorge Rebelo de Almeida, Fundador e Presidente da Vila Galé Hotéis.

Revista Hotéis - Como o Vila Galé está posicionado no mundo? Quantos hotéis possui em operação e número de colaboradores?

Jorge Rebelo de Almeida - O Vila Galé é atualmente um dos maiores grupos hoteleiros de Portugal e está entre os principais do mundo. Contamos com 46 hotéis em operação, sendo 33 em Portugal, 11 no Brasil, um em Cuba e um na Espanha. Ao todo, temos cerca de 4.000 colaboradores, que são fundamentais para manter a qualidade e a excelência dos nossos serviços.

R.H - O Vila Galé é um dos poucos grupos hoteleiros internacionais que faz investimentos com recursos próprios no Brasil. Qual é o montante de recursos que já fizeram no Brasil até hoje e quais são os empreendimentos que se encontram em operação?

J.R.A - Desde nossa chegada ao Brasil, investimos mais de R$ 1,2 bilhão no País. Atualmente, operamos 11 unidades em destinos estratégicos: Vila Galé Fortaleza (CE), Vila Galé Cumbuco (CE), Vila Galé Touros (RN), Vila Galé Eco Resort do Cabo (PE), Vila Galé Salvador (BA), Vila Galé Marés (BA), Vila Galé Rio de Janeiro (RJ), Vila Galé Eco Resort de Angra (RJ), Vila Galé Paulista (SP), Vila Galé Alagoas (AL) e Vila Galé Collection Ouro Preto (MG).

R.H - Quais os próximos empreendimentos que vão entrar em operação no Brasil e o montante de investimentos?

J.R.A - Com 11 hotéis pelo Brasil, a rede Vila Galé continua expandindo sua presença no País por meio de um ambicioso plano de crescimento. Até 2026, prevemos a inauguração de mais seis empreendimentos, totalizando um investimento de aproximadamente R$ 700 milhões.

Jorge Rebelo de Almeida, um entusiasta do turismo brasileiro O antigo quartel da cavalaria de Minas, em Cachoeira do Campo, Ouro Preto, está sendo modernizado para abrigar a unidade do Vila Galé (Foto - Divulgação)

Os novos hotéis já começam operar nos próximos meses. Em maio, Minas Gerais receberá o Vila Galé Collection Ouro Preto, e, em novembro, será inaugurado o Vila Galé Collection Amazônia - Belém, no Pará. Para 2026, estão previstos mais quatro hotéis: o Vila Galé Collection Coruripe e o Vila Galé Nep Kids, ambos em Alagoas, e os Vila Galé Collection São Luís e Vila Galé Collection Maranhão, no Maranhão. Com essas inaugurações, a rede atingirá a marca de 17 empreendimentos no Brasil. A Vila Galé é movida pela paixão em unir turismo, cultura e lazer de qualidade, promovendo o Brasil como um destino fascinante para visitantes nacionais e estrangeiros.

R.H - No final do ano passado vocês colocaram em operação a primeira unidade da bandeira Collection no Brasil. O que representa para a Vila Galé essa inauguração?

J.R.A - Esse 11º empreendimento da rede trouxe ao Brasil a submarca Collection. O Vila Galé Collection Sunset Cumbuco surpreendeu seus primeiros hóspedes com uma proposta intimista e acolhedora, ideal para quem busca momentos de tranquilidade e conexão com a natureza. O resort conta com apenas 116 apartamentos, garantindo exclusividade e conforto. Sua estrutura inclui dois bares, dois restaurantes, um Beach Club, o Clube Nep com parque aquático infantil e trampolins, além do Spa Satsanga, que oferece piscina interna aquecida e diversas opções de relaxamento.

R.H - No Brasil existe um ditado que até o passado é incerto. O que leva o Vila Galé a deixar de investir em Portugal, onde existe um arcabouço jurídico seguro, para investir no Brasil, onde existem muitos problemas a serem enfrentados, principalmente de burocracia e aspectos ambientais. Como enxerga essas questões?

J.R.A - O Brasil é um país de oportunidades, com vasto potencial turístico e mercado consumidor crescente. Evidentemente, existem desafios, mas acreditamos que, com seriedade e compromisso, é possível superá-los. Nosso histórico no Brasil mostra que, apesar das dificuldades, é um investimento que compensa.

R.H - Quais as diferenças existentes entre construir e operar um empreendimento hoteleiro em Portugal e no Brasil? O que os brasileiros têm que aprender com os portugueses?

J.R.A - O principal desafio no Brasil é a burocracia para aprovação de projetos e licenças, algo que em Portugal é mais ágil. No entanto, o mercado brasileiro tem uma grande capacidade de adaptação e criatividade, além de um povo muito simpático e acolhedor. Acreditamos que o Brasil pode melhorar sua previsibilidade regulatória e infraestrutura, enquanto Portugal pode aprender com a hospitalidade calorosa dos brasileiros.

R.H - A mídia chegou a divulgar o interesse do Vila Galé em construir uma unidade em Inhotim, em Brumadinho (MG). Essa unidade poderá sair do papel e entrar em operação?

J.R.A - Seguimos estudando essa possibilidade, pois Inhotim é um destino cultural e turístico único. No entanto, o projeto depende de diversos fatores. Também estamos atentos a outras oportunidades de expansão no Brasil.

R.H - Na sua opinião, o que falta para o Brasil atrair ainda mais turistas internacionais? Quais os gargalos existentes?

J.R.A - O Brasil tem enorme potencial, mas ainda enfrenta desafios como deficiências na infraestrutura de transportes, como os altos custos de passagens aéreas, e escassez de mão de obra qualificada no setor. Um plano mais estruturado de promoção internacional, investimentos em segurança e melhorias na conectividade são fundamentais para atrair mais turistas estrangeiros.

Jorge Rebelo de Almeida, um entusiasta do turismo brasileiro Área de reserva no entorno do Vila Galé Eco Resort do Cabo, em Cabo de Santo Agostinho (PE) (Foto: Divulgação)

R.H - Recentemente o Vila Galé adquiriu a unidade de Cabo de Santo Agostinho da FUNCEF, mas administra a unidade de Angra dos Reis, que é a única no Brasil que não é de capital próprio. Há interesse nessa aquisição?

J.R.A - Atualmente, o Vila Galé Eco Resort de Angra é o único resort que é administrado pela Vila Galé. No momento, mantemos o foco na excelência dos serviços e padronização com os demais resorts da rede. Qualquer aquisição futura será avaliada cuidadosamente.

R.H - Administrar empreendimentos de terceiros ou mesmo franquias faz parte do plano de expansão do Vila Galé no Brasil?

J.R.A - Nosso modelo de negócio tem sido baseado em investimentos próprios, mas estamos abertos a parcerias estratégicas e gestão de empreendimentos de terceiros, desde que estejam alinhados com nosso padrão de qualidade.

R.H - Como enxerga o turismo e a hotelaria no Brasil nos próximos anos e que contribuições o Vila Galé poderá dar?

J.R.A - O Brasil tem um potencial turístico imenso e acreditamos em um crescimento contínuo do setor. O Vila Galé segue comprometido em contribuir com o desenvolvimento do turismo brasileiro, investindo em novos empreendimentos, gerando empregos e promovendo a cultura e a gastronomia locais.


.