A Laghetto Hotéis, fundada em 1989, cresceu de forma significativa nos últimos dez anos, alcançando a marca de maior rede de hotéis da Serra Gaúcha. Atualmente, administra 23 hotéis, em sete destinos e em três capitais, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Entre os diferenciais da administradora está a abordagem centrada em acolher e bem receber o hóspede, sua capacidade de se adaptar rapidamente às demandas do mercado e seu compromisso com a excelência operacional.
Atuando com as marcas Laghetto, Stilo, Resort e Collection, a Laghetto está atenta as oportunidades apresentadas pelo mercado e possui no radar, o início e expansão de suas operações. Com 17 novos projetos no pipeline, o objetivo é triplicar o faturamento de hospedagem dentro de quatro anos.
Confira essa e outras informações nessa entrevista exclusiva com Diego Cáceres, um jovem executivo, mas que conta com 24 anos de experiência na hotelaria. Ele pretende consolidar nos próximos anos a Laghetto como uma das principais administradoras hoteleiras do País, almejando estar entre as cinco maiores do setor.
Revista Hotéis - Como e quando começou a trabalhar na Laghetto? Qual sua formação acadêmica e a bagagem profissional que levou?
Diego Cáceres - Sou hoteleiro há 24 anos. Comecei a trabalhar na Laghetto em 2012 na área de TI e há nove anos estou à frente da gestão da empresa como CEO. Minha formação acadêmica inclui Bacharelado em Sistemas de Informação e MBA em Gestão de Vendas.
R.H - Como a Laghetto está posicionada hoje no mercado? Ela opera com quais marcas e em que cidades está presente?
D.C - Somos a maior rede de hotéis da Serra Gaúcha. Atualmente, administramos 23 hotéis, em sete destinos e em três capitais. Nas cidades de Gramado, Canela, Bento Gonçalves, Porto Alegre, Rio Grande, Rio de Janeiro e São Paulo. As nossas Marcas são: Laghetto, Stilo, Resort e Collection.
O hotel Château em Gramado (RS) é uma das unidades que o Grupo Laghetto administra (Foto: Cassio Brezolla)
R.H - Quais são os desafios de comandar um dos maiores grupos hoteleiros do Brasil? Como é sua jornada de trabalho, quantos colaboradores a Laghetto possui e como é a política de incentivo de crescimento profissional?
D.C - Manter a qualidade, a essência de Paixão em Servir juntamente com a cultura e a história da Laghetto é um grande desafio, principalmente alinhada à expansão da empresa, com o objetivo de seguir motivando e desenvolvendo nossos colaboradores. A Laghetto Hotéis, fundada em 1989, cresceu de forma significativa nos últimos dez anos e vem se consolidando não apenas no mercado consumidor, mas também no mercado de trabalho e se tornando uma das melhores empresas para se trabalhar, com um ótimo ambiente de trabalho, benefícios diversos e possibilidades de carreira. Possuímos hoje, em torno de 1.300 colaboradores e nossa política de incentivo é pautada em uma cultura organizacional positiva, com um ambiente de trabalho colaborativo e inclusivo, programas de treinamento e desenvolvimento e plano de carreira com possibilidades de ascensão profissional.
R.H - Como se encontra o plano de expansão? Quais cidades e ou regiões a Laghetto está prospectando para iniciar operações? Licenciamento de marca através de franquias ou mesmo a internacionalização está no radar para acelerar esse crescimento?
D.C - O plano de expansão da Laghetto está em pleno andamento, com diversas cidades e regiões do Brasil no radar para iniciar e expandir operações. Com 17 novos projetos no pipeline, nosso objetivo é triplicar o faturamento de hospedagem dentro de quatro anos. Destacamos alguns empreendimentos já confirmados, como o Laghetto Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre/RS com 180 apartamentos, e o primeiro Resort temático da dupla Gre-nal em São Francisco de Paula/RS, que contará com 922 apartamentos em sua estrutura, um projeto pioneiro que une a paixão por viajar e pelo futebol.
Além disso, nossos esforços de expansão incluem destinos turísticos consolidados, centros urbanos em crescimento e regiões com potencial de desenvolvimento econômico, como as cidades do litoral catarinense Florianópolis e Balneário Camboriú, São Paulo e o interior, como Campos do Jordão, e destinos no Nordeste, como Fortaleza, Maceió e Fernando de Noronha.
Maceió é um dos destinos que a Laghetto está de olho para atuar
Quanto às estratégias de expansão, estamos avaliando tanto modelos de negócio como a multipropriedade, quanto modelos tradicionais de administração hoteleira. A internacionalização da marca Laghetto é um tema constante em nossos projetos de expansão, e estamos buscando oportunidades alinhadas com a visão da empresa para ampliar nossa presença no mercado de forma sustentável.
“O plano de expansão da Laghetto está em pleno andamento, com diversas cidades e regiões do Brasil no radar para iniciar e expandir operações”
R.H - O que difere a Laghetto das demais administradoras hoteleiras? Como é a relação com os investidores e o que eles podem esperar da administração da Laghetto em relação a distribuição de rendimentos sob o ativo?
D.C - A Laghetto se diferencia das demais administradoras hoteleiras por vários aspectos distintos. Isso inclui sua abordagem centrada em acolher e bem receber o hóspede, sua capacidade de se adaptar rapidamente às demandas do mercado e seu compromisso com a excelência operacional.
No que diz respeito ao Relacionamento com Investidores, a Laghetto tem como princípio a transparência, uma comunicação aberta e um compromisso sólido com o retorno sobre o investimento. Os investidores podem contar com a administração da Laghetto para uma gestão eficiente dos ativos, com foco na maximização dos rendimentos e na criação de valor a longo prazo.
A Laghetto não apenas se destaca pela qualidade de seus serviços, mas também pela confiança e parceria que estabelece com seus investidores, garantindo uma administração estrategicamente orientada para resultados consistentes.
R.H - Muitas redes hoteleiras no Brasil estão enfrentando graves problemas depois da pandemia na contratação de mão de obra. Essa também é uma preocupação da Laghetto? Como é feita a capacitação e qualificação da mão de obra?
D.C - Preocupada com essa situação, a Laghetto vem focando seus processos de recrutamento e seleção no reconhecimento de perfis profissionais compatíveis com a cultura da empresa, com valores e competências comportamentais que se assemelham aos objetivos e ao propósito da empresa. Uma vez contratado, o novo colaborador passa por um processo de “laghettização”, no qual é acolhido, integrado, treinado e avaliado de forma contínua pelo tempo em que estiver na empresa e fizer parte da família Laghetto.
R.H - Nos últimos anos a Laghetto deixou de ser uma rede essencialmente sulista e passou a levar a cultura gaúcha e o jeito de bem receber e atender para as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Como foi a adaptação aos dois mercados hoteleiros mais importantes do Brasil e como estão os resultados?
D.C - Fomos muito bem recebidos em ambas as cidades. O nosso objetivo de entrar no mercado corporativo foi justamente de trazer as experiencias e o DNA da Serra Gaúcha para o mundo corporativo. Rapidamente, obtivemos excelentes resultados sendo reconhecidos como uma hotelaria que se destaca, especialmente, pelo atendimento, pela Paixão em Servir e pela verdadeira preocupação em entregar Experiências especiais aos seus clientes/hóspedes. Estas características nos dão preferência na mente e no coração dos clientes.
Mão de obra é o principal gargalo da hotelaria - Foto Freepik - Drobotdean
R.H - Quais os principais gargalos que você enxerga na hotelaria no Brasil. Falta de linhas de crédito para expansão é uma preocupação? Que medidas poderiam ser adotadas para alavancar o setor?
D.C - A escassez de linhas de crédito para expansão é, sem dúvida, uma preocupação significativa, pois pode dificultar o acesso ao capital necessário para investimentos no setor. Embora a expansão da Laghetto seja principalmente impulsionada pela captação de investimentos privados, reconhecemos que o setor como um todo necessita de crédito para expandir. Medidas que poderiam impulsionar o turismo incluem a simplificação tributária e a manutenção de incentivos fiscais, como o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE), que desempenhou um papel crucial na recuperação de várias empresas, inclusive a Laghetto, após a pandemia. Para lidar com questões relacionadas à infraestrutura turística e à sazonalidade do turismo, a criação de linhas de crédito específicas para o setor e o estímulo especial ao mercado de eventos seriam fundamentais para impulsionar o turismo doméstico em períodos de baixa demanda, movimentando o calendário, além de atrair clientes internacionais. Essas medidas não apenas fortaleceriam a indústria hoteleira, mas também teriam um impacto positivo mais amplo na economia como um todo.
“Embora a expansão da Laghetto seja principalmente impulsionada pela captação de investimentos privados, reconhecemos que o setor como um todo necessita de crédito para expandir”
R.H - A Laghetto se associou ao FOHB em setembro de 2022. Quais os motivos que levaram a essa adesão, os aprendizados e os pleitos em conjunto que conseguiram e que estão reivindicando?
D.C - A decisão da Laghetto em se associar ao FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil foi motivada pelo desejo de fortalecer nossa representatividade no setor hoteleiro e colaborar com outras empresas do ramo na busca por melhorias e avanços para a indústria como um todo. Por meio dessa parceria estratégica, não apenas buscamos aprender com as melhores práticas do setor, mas também compartilhar nossas próprias experiências e dados, contribuindo assim para o aprimoramento coletivo das estratégias de gestão.
Uma das valiosas compreensões que absorvemos por meio de nossa troca com outros players associados, e a participação em eventos promovidos pelo Fórum, é o foco no incremento de receitas diversas dos hotéis. Reconhecemos a tendência de estagnação econômica que pode surgir como reflexo pós-pandemia e, portanto, estamos direcionando esforços para diversificar nossas fontes de receita, buscando oportunidades de crescimento em áreas complementares.
Além disso, a parceria com o FOHB nos permite pleitear em conjunto com outras empresas questões relevantes para o desenvolvimento do mercado hoteleiro. Isso inclui a defesa de políticas públicas favoráveis ao turismo e à hotelaria. Por meio dessa união de esforços, entendemos que a Laghetto e o FOHB trabalham em conjunto para promover um ambiente propício para o crescimento e a prosperidade contínua da indústria hoteleira no Brasil.
R.H - Como enxerga a Laghetto nos próximos anos? O que os investidores e clientes podem esperar?
D.C - Nos próximos anos, a Laghetto visa consolidar sua posição como uma das principais administradoras hoteleiras do País, almejando estar entre as cinco maiores do setor. Para alcançar esse objetivo, planejamos expandir sua presença em novos mercados e fortalecer ainda mais sua marca.
Para os investidores, isso significa uma empresa em crescimento, focada na criação de valor e na geração de retornos consistentes ao longo do tempo. A Laghetto está comprometida em proporcionar uma administração sólida e transparente, visando atender às expectativas e objetivos de seus investidores.
Quanto aos clientes, eles podem esperar um serviço de alta qualidade, instalações modernas e uma experiência hospitaleira verdadeiramente única. Mantemos nosso compromisso com a excelência em hospitalidade, buscando sempre superar as expectativas dos hóspedes, acolhendo com conforto e servindo com dedicação. Nosso objetivo é garantir experiências memoráveis, que envolvam não apenas os clientes, mas também nossos colaboradores e parceiros de negócios. Estamos em franca expansão e os clientes podem esperar novos empreendimentos em novos destinos, mas, sempre mantendo o nosso DNA Gramadense, a nossa Paixão em Servir.