A multipropriedade é um modelo de negócio que surgiu no Brasil inspirado no fractional norte-americano que consiste em vender um mesmo apartamento para vários donos. Para alguns consumidores no Brasil, a palavra multipropriedade pode não ser ainda tão conhecida. Mas nos últimos anos o crescimento desse modelo tem chamado a atenção de muitas pessoas interessadas em um novo modelo de ‘casa de férias’, e traz novos empreendimentos para o segmento de hotelaria em diversas partes do País.
Esse modelo, que cresce tanto por aqui, já é bem consolidado em outros mercados. Nos Estados Unidos, por exemplo, o mercado de multipropriedade é bastante expressivo, com um número significativo de participantes. De acordo com dados da ARDA - American Resort Development Association, em 2022, existiam aproximadamente 9,2 milhões de famílias com propriedades de multipropriedade. Nesse contexto, a flexibilidade e variedade de opções são notáveis, com uma visão de lazer bem estabelecida em mais de 50 anos de história no mercado, consolidando-se como um modelo de sucesso mundial. Na Europa, essa modalidade se destaca pela harmonia entre tradição e inovação, oferecendo experiências únicas. Paralelamente, observamos um crescimento notável desse modelo no Brasil, especialmente nos últimos anos, impulsionado pela crescente cultura de viagens e pela busca por experiências exclusivas. Com mais de 700 mil unidades em comercialização no País atualmente e uma tendência de crescimento constante, a multipropriedade está se consolidando progressivamente.
Num País como o Brasil onde são raríssimas as linhas de crédito para desenvolver novos empreendimentos hoteleiros e a única solução disponível é o condo hotel, onde um apartamento é vendido para um único dono, a multipropriedade se tornou a grande alavanca do setor. Numa conta simples e hipotética: se um apartamento vale R$ 500 mil e fica difícil encontrar um único comprador (como no modelo condo hotel), dividindo em dez compradores no valor de R$ 50 mil cada um fica mais fácil a venda. Inicialmente as vendas das frações no Brasil eram para 12 ‘donos’ do mesmo apartamento e cada um teria o direito de usar por um mês. Com o arcabouço jurídico baseada na Lei 13.777/18 e a crescente nas vendas, os incorporadores passaram a comercializar o mesmo apartamento em 24 frações. Hoje é comum a fração ser de 52, ou seja, quem adquire tem direito de usar ou intercambiar por uma semana.
É a mais pura democratização do turismo familiar que era baseado na classe C. Voltando a conta anterior. Se esse mesmo apartamento fosse vendido para um único dono no modelo condo hotel seria no valor hipotético de R$ 500 mil. Mas se houvesse 52 adquirentes no modelo da multipropriedade, pagando a cota de R$ 50 mil a perder de vista, esse mesmo apartamento alcançaria o valor de R$ 2.6 milhões, um ótimo negócio para quem incorpora e constrói. Vantagem também para os investidores que podem usufruir da hospedagem por um certo período no ano (geralmente é de uma semana) e nos demais períodos o apartamento fica no pool de locação rendendo rentabilidade. Caso o investidor não queira usar esse período do ano que ele tem direito, pode intercambiar e usar em outros locais no Brasil e em várias partes do mundo. E o fato de ter uma escritura dessa porcentagem do apartamento lavrada em escritura no cartório, caiu no gosto do brasileiro.
Na pandemia da COVID-19 houve muitos distratos desses contratos de cotas adquiridas. O mercado sofreu fortes impactos, mas os bons produtos que não foram comercializados com a promessa de venda como um investimento seguro e rentável, resistiram. Com o fim da pandemia os consumidores adquiriram novos hábitos que valorizaram o turismo de lazer. As pessoas se resguardaram ao máximo na pandemia e para isso, saíram de suas casas em suas cidades e foram para o campo, para a praia e esse hábito permaneceu. Isso trouxe mais qualidade de vida para essas pessoas, e ainda que elas tenham voltado para a casa, elas valorizaram muito a sua segunda habitação, coisa que até então não acontecia. As vendas que se concentravam em destinos como Caldas Novas (GO) (onde tudo começou), Gramado (RS) e Olímpia (SP) se expandiram por todo o País, em destinos muito pouco conhecidos do grande público, como Salinópolis (PA). Hoje a multipropriedade encontra crescimento em cidades como Campos do Jordão, Águas de Lindóia, Atibaia, ambas em São Paulo, Canela (RS), Ipojuca (PE), Maragogi e Barra de São Miguel (AL), Pirenópolis (GO), Jericoacoara (CE), Trancoso (BA), Tibau do Sul e Natal (RN), entre outros destinos.
Democratização do turismo
A multipropriedade é um importante motor de democratização e de desenvolvimento do turismo, uma vez que, como modelo de atividade econômica, ela pode ser um impulsionador para a região e tem a capacidade de transformar um destino. E um bom exemplo disso aconteceu na cidade de Salinópolis (PA) que era conhecida na região como a entrada da Amazônia Atlântica. Possui belos rios e praias de água doce, um mix de mangue com a beleza natural das praias e um paraíso para os amantes do surfe e da prática de esportes aquáticos. A GAV Resorts escolheu a cidade para iniciar a atuação no segmento da multipropriedade em 2014. Nesse ano, a cidade arrecadava cerca de R$ 3 milhões em impostos, incluindo ISS, IPTU, ITBI e taxas diversas. Com a construção de seu primeiro resort, a GAV incrementou às atividades econômicas como passeios de quadriciclo nas dunas, jet ski, passeios de lancha, buggy, pesca esportiva, entre outros que impulsionaram o comércio e, por consequência, o crescimento do número de pequenos empresários na região. Com isso, a arrecadação de impostos de Salinópolis teve um crescimento vertiginoso. Dados mais recentes da Prefeitura apontam que em 2022 as receitas de impostos totalizaram R$ 19 milhões. Grande parte desse crescimento é pela ascensão de 716% na arrecadação de ISS, 418% no recolhimento de IPTU e 605% no ITBI, assim como a criação de mais de 5 mil empregos na região. A GAV possui três resorts em operação na cidade (Salinas Premium, Salinas Exclusive e Salinas Park Resort) e o Salinas Beach Resort em construção.
Muro Alto é um dos destinos mais conhecidos no Brasil e que é alvo de investimento da GAV Resorts (Foto - Divulgação)
E diante das oportunidades apresentadas por destinos já consolidados, a GAV Resorts vem crescendo a passos largos no setor de multipropriedades no Brasil, com liderança do segmento e atingindo VGV – Valor Geral de Vendas de R$3 bilhões em um ano. A expansão se dá por todo o Brasil, incluindo destinos renomados como Porto de Galinhas, Gramado, Maragogi, Pirenópolis, Jericoacoara, Pipa, entre outros. Nesse ano, a empresa inaugura o Porto Alto Resort, em frente à Praia de Muro Alto, recentemente eleita uma das 25 praias mais bonitas do mundo, marcando um novo capítulo.
Desde sua fundação em 2014, a GAV tem sido referência em seus empreendimentos, atuando verticalmente em todas as etapas. Com a operação verticalizada, desde o projeto, comercialização, construção e administração hoteleira, a GAV Resorts busca inovar em cada etapa desse processo. Com os resorts já em operação, somados aos que já foram lançados comercialmente, e serão inaugurados nos próximos três anos, a empresa vai se consolidar em uma posição de destaque no mercado hoteleiro em muitos dos principais destinos turísticos do Brasil.
Entrada de grandes players no mercado
Com esse modelo de negócio se consolidando e atraindo grandes players internacionais, como Wyndham, Hard Rock e Kempinski era natural que o ‘sarrafo’ subisse para o luxo. A classe alta já compartilhava o mesmo barco ou iate, assim como o helicóptero e avião, e não fazia sentido adquirir uma segunda residência para pouco uso e arcar com os custos de manutenção sozinho. Estudos mercadológicos indicam que o histórico de utilização de uma segunda residência, é de apenas 90 dias ao ano. Ou seja, por nove meses, 75% do ano, o imóvel que teve um elevado custo na aquisição fica ocioso. Mas o custo da operação continua alto, pois as contas de água, energia e impostos continuam chegando, além de encargos e salários trabalhistas e investimentos e manutenção para preservar o ativo. Com isso, surgiu no mercado várias soluções para famílias que pretendem utilizar uma propriedade de luxo por poucos períodos no ano. E se tiver serviços hoteleiros, incrementa ainda mais os negócios e bons produtos entraram no mercado da multipropriedade para atender o segmento de classe alta.
Perspectiva de como será o Kempinski Laje de Pedra Hotel & Residences (Foto - Divulgação)
E um case de sucesso que ‘subiu o sarrafo’ da economia compartilhada aplicada ao mercado residencial de alto padrão da segunda residência no Brasil é o Kempinski Laje de Pedra Hotel & Residences em Canela (RS) que tem inauguração prevista para 2026. Mesmo tendo sido estruturado no modelo de negócio da multipropriedade, o antigo hotel Laje de Pedra que passa por um grande retrofit e ampliação, é comercializado como segunda residência compartilhada. José Ernesto Marino Neto, fundador da BSH International e um dos sócios nesse empreendimento ao lado de José Paim, lembra que multipropriedade não é um produto, mas um sistema legal de compartilhamento de imóvel. “O mercado chama de multipropriedade o resort compartilhado que atende as classes C e D, mas o Kempinski Laje de Pedra atinge um público de alto poder aquisitivo e as vendas são de segunda residência para não ser confundido com a tradicional multipropriedade”, define Marino Neto.
Mas convencer essa tradicional rede de luxo europeia a ter o primeiro projeto no mundo para uso fracionado não foi tarefa fácil. “Quando eu visitei o hotel Laje de Pedra, inicialmente como consultor da Habitasul, já me veio na mente um produto compartilhado de luxo. O plano de negócios foi desenvolvido com essa visão, sem ainda termos uma bandeira definida. Depois que comprei o ativo em sociedade com o Paim e com o desenvolvimento do projeto é que fui falar com bandeiras de luxo. A Kempinski inicialmente não queria nem ouvir sobre o projeto porque não estava nem em São Paulo e nem no Rio de Janeiro. Mas estávamos no meio da pandemia e tiveram tempo disponível para outras reuniões. Como me conhecem há três décadas, permitiram-me falar do conceito, da localização, da visão de produto, da visão de mercado. E como o projeto tem uma lógica incrível assinamos o contrato sem eles verem o terreno. Os “officers” da Kempinski pisaram pela primeira vez no local quando de uma festa que fizemos para apresentá-los à sociedade gaúcha, em outubro de 2021. Conseguimos que o primeiro fracionado da Kempinski no mundo fosse em Canela”, se orgulha Marino Neto.
José Ernesto Marino Neto: “O Kempinski Laje de Pedra atinge um público de alto poder aquisitivo e as vendas são de segunda residência” (Foto - Divulgação)
Segundo ele, a venda da segunda residência compartilhada permite que os compradores adquiram mais de uma escritura da propriedade. Os apartamentos maiores, que representam 25% das unidades, são divididos em quatro frações de 13 semanas. Os apartamentos de 54 m² são divididos em oito frações. “O curioso é que muitos compram duas frações de seis semanas nos apartamentos de 54 m² e vários adquirem todas as frações de um mesmo apartamento. Nosso faturamento vem hoje 50% de venda de apartamentos inteiros. O preço médio está em R$ 1.1 milhão, o VGV – Valor Geral de Vendas deve atingir R$ 1,8 bilhão e o custo de implantação deve ultrapassar R$ 1,3 bilhão”, assegura Marino Neto.
Ele revela que quase 70% dos compradores são dos estados do Sul com grande predominância de gaúchos, com distrato quase zero. “E como nosso modelo de vendas é o tradicional de uma segunda residência o tempo médio entre apresentação e conclusão da venda está em cerca de 30 dias, com distrato quase zero. O melhor é que o comprador traz amigos. Cada novo proprietário que se soma, aumenta o exército de vendedores. Todo comprador do Kempinski Laje de Pedra se torna um vendedor do produto por simples orgulho de participar dessa comunidade que terá excelência de produto, excelência de serviço por um preço de imóvel super atrativo. Quem consegue ter um imóvel no padrão Kempinski todo mobiliado, decorado e equipado, para ir todo mês, com dez bares e restaurantes, centro de conferências, fitness/spa de 1.200 m², quatro piscinas aquecidas, teatro, anfiteatro, kids club e uma infinidade de atrativos, por menos de R$ 800 mil e ainda ter valorização no ativo. O brasileiro gosta de ser bem tratado e pagar pouco. Nós concebemos um modelo de negócio que entrega muita satisfação por muito pouco investimento”, concluiu Marino Neto.
Perspectiva de como será o resort de luxo do Costão na praia do Estaleirinho (Foto - Divulgação)
Maior valorização imobiliária do Brasil
Outro destino consolidado no Brasil e que atraiu o interesse da multipropriedade de luxo é Balneário Camboriú (SC), cidade com maior valorização imobiliária do País e que deve receber um novo resort de luxo na praia do Estaleirinho. Ele será implantado ao lado do Multiparque, novo empreendimento do Grupo Tedesco que vai contribuir para o turismo na região do Litoral Norte de Santa Catarina e deve ser inaugurado ainda esse ano. O Multiparque possui 170 mil m², sendo essa primeira etapa com 35 mil m² compostos pela área de piscinas e brinquedos aquáticos. O projeto, em fase de aprovações, tem como parceira o Grupo Tedesco e o Costão do Santinho. O projeto é iniciativa da empresa imobiliária do Costão, chamada Costão Real State, explica o Diretor de engenharia do Grupo, Juraci Batista Martins.
Segundo ele, a proposta do resort em Balneário Camboriú é que cada unidade tenha 25 proprietários, cada um com direito a usar o imóvel por duas semanas. “Caso não utilize, pode incluir no pool de locação para turistas. As cotas para essas participações estão orçadas em R$ 79 mil, com pagamento parcelado. Uma das vantagens do grupo Costão neste mercado de multipropriedade é englobar em seu escopo todas as etapas de um projeto: elaboração do projeto, incorporação imobiliária, comercialização, operação hoteleira e gestão do pool de locação” explica Batista. Ele lembra que o empreendimento terá 180 apartamentos e 700 leitos, com acesso pela rodovia Interpraias, em uma área de mais de 17 mil m² e com capacidade para até 520 hóspedes. A estrutura prevê bar, restaurante, lojas, lounges, piscinas, academia e amplo estacionamento, gerando mais de 150 empregos diretos na sua implantação, além das mais de 100 vagas de trabalho durante a construção. O investimento no Costão Estaleirinho é na ordem de R$110 milhões.
Foco no luxo
Adriana Chaud, Diretora Executiva na Tudo - Consultoria e Gestão de Multipropriedade e Vacation Club tem 27 anos de experiência em vendas na indústria de propriedade compartilhada. Nos últimos anos atuou em projetos de luxo como do Grupo MME e Ipioca Beach Residence, Grupo Incortel com Carpe Diem Boutique e Spa Wanderlust Experience Hotel e Santé, Snowland e Gramado Parks, Quinta Santa Bárbara Eco Resort e por quase dois anos o Kempinski Laje de Pedra Hotel & Residences. “Esse empreendimento encabeça o nível de experiências e prestação de serviços. É um produto de altíssimo nível que imprime emoções de elevação como prazer, auto estima, reconhecimento/status aos clientes e os coloca em situação de exclusividade. Existem outros produtos no mercado que também apresentam muito charme e experiências marcantes que registram na memória do cliente final a grande vantagem em ser dono das suas férias. Destaco o Tayayá, InCasa, assim como os empreendimentos boutique como Carpe Diem, Wanderlust, Jangal das Araucárias e o Chateau Laghetto”, mencionou Adriana.
Adriana Chaud: “Possuir um imóvel de luxo não consiste em pagar um valor alto e sim viver e ter experiências únicas que a propriedade compartilhada pode oferecer” (Foto - Divulgação)
E com sua experiência acumulada de muitos anos, Adriana revela que esse público é exigente e para conquistar é fundamental formatar o produto de forma estratégica, sustentável, de modo a surpreender em experiências funcionais e experiências emocionais. “Hoje, possuir um imóvel de luxo não consiste em pagar um valor alto e sim viver e ter experiências únicas que a propriedade compartilhada pode oferecer, o que vem revolucionando o modo de consumir. Observamos isso hoje em dia no compartilhamento de aviões, iates, helicópteros e outros bens de consumo e serviço. A classe média alta é um público mais qualificado que procura exclusividade e benefícios, mas que não deixa o financeiro de lado, pedindo uma venda mais elaborada e personalizada. A possibilidade de intercambiar a fração e se hospedar em diferentes destinos a cada ano, é um fator que colabora muito para o fechamento da venda”, avalia Adriana.
Mas para efetuar essa venda de multipropriedade para a classe média alta, é necessária uma abordagem estratégica e personalizada, que leve em consideração as características e expectativas desse público. “São pessoas que pesquisam sobre o produto que será adquirido, visitam apartamentos decorados e se interessam por todas as informações sobre o que está sendo vendido. Valorizam a exclusividade e o status proporcionados por resorts e clubes de multipropriedade de alto padrão. Portanto, a abordagem desse público não deve ser com agressividade e a expectativa de fechamento - inclusive pelo rickettsiose mais alto - mais alongada e trabalhada. Nesse segmento, os distratos existem, mas em proporção comparada a distratos imobiliários convencionais”, concluiu Adriana.
Livá potencializa resultados com gestão profissional e especializada
Criada como uma resposta direta às oportunidades identificadas no setor de hospitalidade, a Livá Hotéis & Resorts é a primeira administradora e gestora profissionalizada de multipropriedade do Brasil: ela nasceu e segue focada na gestão de empreendimentos que operam neste modelo. Trata-se de uma inovação em um mercado ocupado por empresas que atuam em diferentes segmentos de atuação. Esse atributo, parte essencial da estratégia da Livá, já traz resultados tangíveis na operação de empreendimentos de bandeiras nacionais e internacionais, individuais ou pertencentes a redes. “O nosso negócio é o serviço da hospitalidade, o bem servir e a busca pela excelência. É por isso que nos diferenciamos: conhecemos os anseios deste perfil de viajante em cada um dos segmentos e localizações em que atuamos”, diz Rafael Delgado, Head de Operações e Implantação da Livá Hotéis & Resorts.
O Wanderlust Experience Hotel é um dos empreendimentos que a Livá administra (Foto - Divulgação)
Ele destaca a expertise na gestão operacional de empreendimentos boutique como o Brava Mundo, com 55 apartamentos, localizado na Praia Brava (SC), até grandes resorts de 600 quartos, como o Morro dos Anjos Águas Quentes Hotel Resort, localizado em Bandeirantes (PR), passando por empreendimentos de serra, como o Wanderlust Experience Hotel, em Campos do Jordão e o BW Signature Collection by Best Western, com 77 apartamentos em São José dos Campos (SP). A especialização da Livá também se torna um diferencial comercial, uma vez que a operadora pode contribuir para o incremento das vendas e retenção a partir de abordagens e ações dirigidas, entre as quais estão treinamentos nas salas de vendas e o trabalho da Central de Férias e da Central de Reservas.
João Cazeiro, Diretor de desenvolvimento da empresa, enxerga grandes oportunidades para expandir a atuação da Livá. “Nós sabemos que a indústria da multipropriedade vem sendo responsável por viabilizar projetos que, financeiramente, não seriam viabilizados a partir de um único grupo investidor. E, além disso, ela tem sido responsável por fomentar novos destinos dentro de um Brasil tão grande e com muitas oportunidades”, identifica Cazeiro. O executivo tem o desafio de identificar novas oportunidades e acrescentá-las ao portfólio de modo a atingir, em 2025, 25 contratos assinados – hoje, eles somam 14 em diferentes regiões do Brasil, dentro dos quatro eixos principais de serra, campo e praia, além de parques.
Wyndham Hotels & Resorts foca no crescimento oferecendo vantagens e benefícios para investidores
O ano de 2024 começou aquecido para a Wyndham Hotels & Resorts, a maior empresa de franquia de hotéis do mundo com mais de 9.200 empreendimentos em 95 países. O Brasil, além das oportunidades na hotelaria convencional, oferece na multipropriedade um celeiro de possibilidades que vem fazendo com que a gigante norte-americana dê passos largos no aumento do seu portfólio. Já são 38 empreendimentos em operação no País e a expectativa é ampliar essa presença que já está em 24 cidades.
O time de Desenvolvimento de Negócios no Brasil da Wyndham é composto pela Vice-presidente para a América Latina, Maria Carolina Pinheiro (à esq.); e os executivos Armando Ramirez e Luciana Kuzuhara (Foto - Divulgação)
A empresa que em 2023 assinou 46 novos contratos na América Latina e Caribe – sendo 13 no Brasil -, já conta com 16 projetos de multipropriedade em solo nacional – entre projetos com abertura para os próximos anos e unidades em operação - e projeta novas parcerias nessa área até o final deste ciclo. E o que gera esse movimento intenso na órbita da Wyndham é uma mescla de profunda experiência no setor, uma rede de soluções que minimiza insucesso e um sistema de distribuição inigualável.
A Vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Wyndham para a América Latina, Maria Carolina Pinheiro, revela que: “Nossa equipe tem uma ampla experiência na multipropriedade, o que nos faz disponibilizar ao investidor um know how que suporta o seu desenvolvimento imobiliário. Conhecemos os principais comercializadores e fornecedores e ajudamos em aspectos que vão das definições que envolvem o entretenimento, passam pela arquitetura e design e chegam à gestão de um projeto com muito controle e transparência aos proprietários. Sabemos da importância de entregar uma experiência única ao cliente”, disse Maria Carolina.
O Wyndham Gramado Termas Resort & Spa é um dos empreendimentos de destaque da administradora no Brasil (Foto - Divulgação)
Ela lembra que além de estampar uma de suas 25 marcas no empreendimento, a Wyndham conecta o projeto a um sistema global e atraente de distribuição e ao mais robusto programa de fidelidade hoteleira do mundo, com 106 milhões de membros ativos. “Esses pontos combinados com todo nosso suporte, nos faz ser considerados cada vez mais para os novos projetos que surgem no Brasil”, destaca Maria Carolina. Atualmente, a Wyndham administra grandes projetos de multipropriedade, com destaques para as unidades nas cidades de Gramado (RS) e em Olímpia (interior de SP). Somados, eles totalizam mais de 1.500 apartamentos e um universo de mais de 17.000 multiproprietários. “Trata-se de uma gestão que sabemos bem como lidar. Além de um sistema de inteligência que oferece segurança e transparência ao investidor, nossa operação conta com uma metodologia de comunicação que leva tranquilidade ao proprietário da fração”, comenta Maria Carolina. A executiva finaliza destacando que, atualmente, Wyndham é a única empresa internacional a atuar com multipropriedade no Brasil.
Expansão e perspectivas promissoras da Multipropriedade no Brasil
No cenário atual do setor hoteleiro, a multipropriedade emerge como um modelo de negócio que vem ganhando a adesão de um número crescente de brasileiros. Atraídos pela experiência de férias anuais garantidas, com preço competitivo em locais paradisíacos, os clientes desse segmento, na sua grande maioria famílias com um ou dois filhos, encontram na multipropriedade a solução ideal para períodos de lazer.
Lucas Fiuza: “Estamos dedicados a fortalecer ainda mais nossa marca e imagem no mercado” (Foto - Divulgação)
Os clientes que aderem à Multipropriedade são habituados a viajar anualmente e buscam destinos que ofereçam atrativos adequados para crianças, um nicho que a empresa pioneira nesse segmento, o WAM Group, tem habilmente explorado com sucesso em todos os seus empreendimentos.
O WAM Group é uma empresa líder no turismo brasileiro, oferecendo uma ampla variedade de serviços e experiências de viagem em mais de uma década de inovação e liderança. Com operação em escala continental, está presente em 11 destinos, destacando-se pela qualidade de seus serviços, prestados pelos seus mais de 3.500 colaboradores e pela capacidade de se adaptar às demandas do setor turístico-imobiliário de forma criativa e inovadora.
Crescimento
As localidades onde o WAM Group atua têm se destacado como casos de sucesso para a expansão do turismo regional e nacional. Nos últimos anos, a presença dos empreendimentos do grupo tem elevado o fluxo turístico e redefinido o perfil econômico dessas regiões, ajudando a catalisar mais oportunidades econômicas, gerando emprego, renda e desenvolvimento humano. No Brasil, embora seja um mercado relativamente novo para a Multipropriedade, a aceitação crescente desse modelo de negócio sinaliza uma tendência de expansão contínua nos próximos anos.
Na vanguarda desse segmento, o WAM Group é reconhecido como o grupo que mais vendeu Multipropriedades no País. Esse sucesso se deve, em grande parte, aos planos de pagamento em até 120 meses, mais de dez empreendimentos entregues e em operação, além da adoção inovadora de estratégias de venda digital, uma abordagem que não apenas amplia o alcance aos clientes, mas também reflete as mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros.
Olhando para o futuro, a empresa mantém expectativas otimistas e um plano de crescimento ousado, com cada vez mais qualidade de entretenimento para proporcionar experiências únicas aos hóspedes. “Estamos dedicados a fortalecer ainda mais nossa marca e imagem no mercado, consolidando nossa posição de liderança e expandindo a nossa atuação para novas regiões. Com uma base sólida e uma visão clara para o futuro, estamos prontos para seguir liderando a transformação desse mercado em território nacional” afirmou o CEO do WAM Group, Lucas Fiuza.
Mundo Planalto reposiciona marca no mercado
Mundo Planalto Parques & Resorts é a nova denominação de um grupo que há quase 11 anos tem valorizado o entretenimento, lazer e multipropriedade, com projetos no Sul do País e em Goiás, onde a história da marca começou. A missão da empresa é simples, mas não é fácil, como salientam os sócios da companhia: tornar a vida mais divertida.
A mudança acompanha o reposicionamento do Mundo Planalto para se consolidar como um player de atuação diferenciada no mercado. O objetivo é destacar para todos os públicos com que se relaciona que o Mundo Planalto está presente em 100% das etapas de um projeto de multipropriedade. “Nossa origem como empresa remonta a 2013, quando começamos um grandioso masterplan na grande Goiânia. São mais de seis milhões de metros quadrados em que instalamos o complexo Terra Santa, que se tornou precursor do que temos hoje”, lembra Nunes. “O reposicionamento de marca, com a assinatura Mundo Planalto Parques & Resorts, representa o fato de sermos um player que atua em 100% das etapas de um projeto, agregando experiência e entretenimento aos clientes e proprietários”, completa.
COO, Wesley Reis e CEO José Roberto Nunes em entrevista para a Forbes, onde reforçam o novo posicionamento da empresa como Mundo Planalto Parques & Resorts (Foto - Divulgação)
O COO do grupo, Wesley Reis, explica que existe uma característica muito forte no mercado imobiliário: o fato de projetos do setor terem começo, meio e fim. Porém, segundo ele, após a entrega, abandona-se o relacionamento com o cliente para se dedicar basicamente ao pós-obra. “No nosso caso, é diferente. Estamos falando de um acompanhamento de todas as etapas, principalmente das experiências do cliente durante a sua jornada conosco. A gente se preocupa com a comercialização, com o pós-vendas, com a incorporação, e, depois da entrega, estamos trabalhando firmemente na experiência desse cliente com a marca. O primeiro passo disso foi o Arca Parque, o parque aquático temático que funciona como âncora de lazer no complexo Terra Santa, e estamos em contagem regressiva para 2025, quando teremos a entrega de Castelos do Vale, em Bento Gonçalves - RS, onde vamos operar a hotelaria do primeiro resort construído numa vinícola no Brasil”, afirma Reis.
Um dos projetos de peso do Mundo Planalto é o Residence Club at the Hard Rock Hotel Gramado (Foto - Divulgação)
O Castelos do Vale Resorts inova no enoturismo. É o primeiro hotel com programação de resort dentro de uma vinícola, a Dom Cândido, em Bento Gonçalves. As obras estão a todo vapor e a entrega segue cravada para novembro de 2025. Enquanto a entrega não chega, ainda em 2024, a empresa planeja o lançamento de mais dois resorts da bandeira Castelos do Vale na Serra Gaúcha.
Outro projeto de peso do Mundo Planalto é o Residence Club at the Hard Rock Hotel Gramado. Lançado em outubro de 2023, é o maior empreendimento da marca internacional em território brasileiro. Seu lançamento foi um verdadeiro sucesso e já supera R$150 milhões em frações vendidas. Os mais de 144 mil metros quadrados de empreendimento receberão restaurantes exclusivos em solo brasileiro pela primeira vez, um SPA que carrega a bandeira mundialmente conhecida, além de shows diários. “Para cada hóspede dentro do hotel, teremos sete pessoas que estarão no complexo aproveitando um dos equipamentos de entretenimento disponíveis”, faz questão de salientar o CEO do Mundo Planalto, José Roberto Nunes. Além disso, o empreendimento receberá o melhor centro de eventos e convenções da Serra Gaúcha. O empreendimento, que terá 858 apartamentos, tem a primeira fase de entrega das três totais, confirmada para novembro de 2028.
E esse mercado da multipropriedade cresce em cifras bilionárias, ano após ano. É isso que aponta o relatório Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil edição 2024, elaborado pela Caio Calfat Real Estate Consulting e que será lançado durante a 12ª edição do ADIT Share, o maior evento de multipropriedade na América do Sul e que acontece de 21 a 24 de maio no Tauá Atibaia Resort. No evento também será apresentado um estudo inédito sobre os hábitos de viagens do multiproprietário brasileiro. Esse estudo é uma parceria da Caio Calfat Real Estate Consulting com a Mapie, reconhecida consultoria de turismo com expertise no desenho de produtos, serviços e experiências no cliente final.