Para o lazer ficar completo, toda a estrutura de segurança de piscinas e parques aquáticos precisa ser eficaz

Com o aumento do turismo, parques aquáticos e piscinas de hotéis e resorts se tornam destinos preferidos de famílias em busca de lazer, relaxamento e diversão. No entanto, a diversão à beira d’água exige atenção redobrada à segurança, sobretudo em locais com grande circulação de crianças.

Especialistas alertam que afogamentos são uma das principais causas de morte acidental em crianças de até 14 anos no Brasil, segundo dados da Sobrasa - Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático. Por isso, medidas preventivas e a atuação constante de profissionais treinados são fundamentais.

Uma das recomendações mais enfatizadas por especialistas é a presença de salva-vidas capacitados em todas as áreas aquáticas. Além disso, é crucial que os pais ou responsáveis mantenham vigilância ativa, mesmo em locais aparentemente seguros ou com pouca profundidade. É um erro comum achar que uma criança está segura apenas por estar em uma piscina rasa. Afogamentos podem acontecer em menos de dois minutos e em locais com menos de 30 centímetros de profundidade.

Empreendimentos hoteleiros e parques também devem investir em infraestrutura adequada, com pisos antiderrapantes, sinalização clara de profundidade e regras de uso visíveis em locais estratégicos. Piscinas devem ser cercadas por grades ou barreiras para evitar o acesso de crianças desacompanhadas. Além disso, a manutenção da qualidade da água e dos equipamentos é imprescindível para evitar acidentes mecânicos e riscos à saúde dos usuários.

De acordo com o Engenheiro Francisco Donatiello Neto, Presidente do Conselho Fiscal da ADIBRA - Associação Brasileira de Parques e Atrações, há vários procedimentos que garantem a segurança dos parques aquáticos. “Na entrada do equipamento, deve-se instalar placas informativas que constem claramente as condições de uso e eventuais restrições ergonômicas fóbicas e patológicas. Outro ponto importante é fazer checklist diário de liberação, garantindo que o equipamento somente será aberto quando estiver nas melhores condições operacionais e de segurança. Fora isso, nas instalações das piscinas, utilizar nos ralos dispositivos que impeçam o aprisionamento de cabelos por sucção. E ter equipe de resgate (salva-vidas) em número e posicionamento adequados”, informa.

Segundo Rhalph Valverde, Instrutor Master e representante da Sobrasa - Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, toda operação de segurança é complexa e envolve diversos fatores, principalmente em ambientes aquáticos. “Hoje, com a grande variedade de atrações oferecidas, aumentam os riscos e exigem maior segurança. Para os estabelecimentos onde não é exigida a presença de guarda-vidas, a Sobrasa indica que as piscinas devem estar cercadas com portões de fechamento automático, não permitir a presença de crianças menores de 10 anos desacompanhadas de um adulto responsável e colaboradores aptos a agir em uma situação de emergência”, diz.

Ainda, segundo Ralph, há algumas dificuldades para uma operação de segurança, como o comportamento dos frequentadores, que em alguns casos, não respeitam as placas de sinalização e as orientações, além do uso excessivo de álcool e a falta de atenção com as crianças. “O treinamento adequado de toda equipe envolvida com o ambiente aquático como guarda-vidas e monitores aquáticos, as condições meteorológicas, devido as mudanças repentinas como tempestades, raios e trovões, que podem exigir o fechamento temporário das áreas aquáticas, são pontos a serem considerados”, completa.

Educação preventiva

Alguns resorts já adotam programas de educação preventiva, com oficinas para crianças sobre segurança na água, uso de coletes salva-vidas e identificação de comportamentos de risco. Segundo os administradores desses espaços, a iniciativa contribui significativamente para reduzir ocorrências. A ADIBRA também proporciona vários cursos e treinamentos focados na segurança dos parques aquáticos. As próprias normas técnicas brasileiras, NBR 15926, foram elaboradas por iniciativa e coordenação da Associação. A legislação brasileira obriga o cumprimento de normas técnicas de segurança em ambientes aquáticos públicos e privados, mas a fiscalização ainda é um desafio. Municípios com grande atividade turística intensificam as vistorias em temporadas de alta ocupação, mas os especialistas ressaltam que a prevenção precisa ser constante.

Segundo Francisco Donatiello, os parques aquáticos dispõem de um completo conjunto de normas, comparadas e compatíveis com as melhores normas internacionais, para trabalhar e oferecer uma experiência de lazer segura e de qualidade. “Também se trata da NBR 15926, capítulo 5 - dedicada exclusivamente a parques aquáticos. Sempre orientamos os proprietários de equipamentos a seguirem esta norma para garantir que os usuários tenham diversão de qualidade com muita segurança, mas não temos poder de fiscalização. Quem tem poder e deve exigir o cumprimento das normas para emitir o alvará de funcionamento é a prefeitura de cada cidade”, ele informa.

Em última instância, a segurança em parques aquáticos e piscinas é responsabilidade de todos: gestores, funcionários e visitantes. Com atitudes simples como respeitar os avisos, evitar brincadeiras perigosas e supervisionar os pequenos de perto, é possível garantir que o lazer não se transforme em tragédia.

Segurança é prioridade em parques aquáticos e piscinas de hotéis As normas vigentes de segurança em parques aquáticos e piscinas abrangem uma série de aspectos técnicos, operacionais e legais (Foto - Rekim Filmes)

Normas vigentes

As normas vigentes sobre segurança em parques aquáticos e piscinas de hotéis e resorts no Brasil abrangem uma série de aspectos técnicos, operacionais e legais. As principais normas e legislações que orientam o funcionamento seguro desses ambientes são:

  • ABNT NBR 10339:2021 – Projeto e Execução de Piscinas

Essa norma da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas estabelece os requisitos para o projeto, construção e manutenção de piscinas. Ela traz pontos sobre especificações de profundidade, rampas, escadas e pisos antiderrapantes; sinalização obrigatória de profundidade e regras de uso; requisitos para circulação e tratamento da água; e diretrizes sobre iluminação e ventilação para piscinas cobertas.

  • ABNT NBR 11238:2018 – Manutenção de Piscinas

Orienta sobre procedimentos de limpeza, desinfecção, controle de qualidade da água e operação de sistemas de filtragem.

  • ABNT NBR 14628 – Acessibilidade em Piscinas

Norma que trata da acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, exigindo rampas, corrimãos e cadeiras adaptadas.

  • Resolução da ANVISA – RDC nº 275/2002

Embora voltada principalmente a boas práticas em estabelecimentos de saúde e alimentação, é usada por analogia para regular a higiene e segurança em áreas de lazer, incluindo piscinas de hotéis e resorts.

  • Corpo de Bombeiros – Normas Técnicas Estaduais

Cada estado possui regulamentações específicas, geralmente emitidas pelos Corpos de Bombeiros, que tratam da segurança em áreas de uso coletivo, incluindo presença obrigatória de salva-vidas em piscinas públicas ou de uso coletivo (a quantidade varia conforme o tamanho e número de usuários); equipamentos de salvamento e primeiros socorros; plano de evacuação e sinalização de emergência.

  • Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/1990

Garante a proteção integral à criança e ao adolescente, incluindo ambientes de lazer. Isso implica que estabelecimentos devem adotar medidas de segurança específicas para menores.

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  • Legislação Municipal

Alguns municípios e estados possuem leis específicas sobre o uso de piscinas coletivas, exigindo, por exemplo, registro e alvará de funcionamento para piscinas públicas; e treinamento obrigatório para funcionários em primeiros socorros e RCP (reanimação cardiopulmonar).

Segurança é prioridade em parques aquáticos e piscinas de hotéis Os guarda-vidas devem ser treinados e capacitados para atuarem num parque aquático ou resort (Foto - Freepik.com)

Guarda-vidas e equipamentos

O guarda-vidas deverá estar treinado, qualificado, capacitado e com sua certificação válida e reconhecida para atuar num parque aquático ou resort. “É importante o profissional procurar uma instituição de ensino séria, reconhecida, com profissionais credenciados e capacitados a ensinar. Existem três qualificações para a atuação dos guarda-vidas: de Piscina; de Piscina, Rios, Lagos e águas rápidas (cachoeiras); e de Piscina, Rios, Lagos, águas rápidas (cachoeiras) e Mar. Cada uma com sua carga horária e locais específicos de atuação, tendo em vista que diversos parques aquáticos, resorts e hotéis oferecem atrações como Boia cross, Rafting, Skimboard, passeios em cachoeiras entre outros. “Para outros funcionários que não atuam diretamente no salvamento aquático, é essencial estar capacitado a auxiliar em qualquer ocorrência que envolva a atuação do guarda-vidas no ambiente aquático. Para esses colaboradores, indicamos o curso de Emergências Aquáticas da Sobrasa, que irá capacita-lo a agir em uma situação que envolva o ambiente aquático”, afirma Rhalph Valverde.

Os equipamentos de segurança indispensáveis em um parque aquático, por exemplo, dependerá do local, mas em via de regra, são: presença de guarda-vidas profissional qualificado para cada ambiente; sinalização e placas informativas; cadeiras altas para melhor visualização dos guarda-vidas; flutuadores/tubo de resgate; boias circulares; kit de primeiros socorros; desfibrilador externo automático (DEA); escadas e corrimão; tampas de ralos anti-sucção; locais ou piscinas que não estiverem em uso, mantê-las cercadas e com portões trancados; sistemas de comunicação; e câmeras de vigilância.

Segurança é prioridade em parques aquáticos e piscinas de hotéis Brunno Teodoro: “A sinergia entre atendimento interno e serviços externos nos permite oferecer segurança clínica com agilidade e eficiência, protegendo nossos visitantes em todas as situações” (Foto - Divulgação)

Desafios

Na opinião de Brunno Teodoro, Diretor de operações do Hot Beach Olímpia, o maior desafio é equilibrar o ambiente de entretenimento com protocolos rígidos de segurança, sem perder a leveza da experiência. “Lidamos diariamente com diferentes perfis de visitantes: crianças, idosos, pessoas com mobilidade reduzida ou que não sabem nadar, o que exige uma operação altamente atenta e personalizada. Outro desafio é manter a atenção constante do visitante em um ambiente naturalmente descontraído, onde a percepção de risco pode ser reduzida”, afirma.

O Hot Beach Olímpia investe continuamente em tecnologia para apoiar a vigilância e resposta rápida. Há a utilização de câmeras de monitoramento estrategicamente posicionadas em áreas de grande fluxo, além de sensores de nível e vazão nas piscinas. “Contamos também com uma estrutura interna robusta de atendimento emergencial. O Hot Beach possui um ambulatório médico completo, equipado com consultório, leitos de observação, e operado por uma equipe de profissionais qualificados: médico, enfermeiros, socorristas e apoio técnico. Temos uma ambulância própria à disposição dentro do parque, garantindo resposta imediata em casos de urgência”, conta Teodoro.

Essa estrutura interna é essencial para o pronto-atendimento e estabilização de qualquer ocorrência no Hot Beach Olímpia. E, caso necessário, há protocolos integrados com o SAMU e o Corpo de Bombeiros da cidade, que já conhecem o parque e têm acesso facilitado. “A sinergia entre atendimento interno e serviços externos nos permite oferecer segurança clínica com agilidade e eficiência, protegendo nossos visitantes em todas as situações”, ele completa.

No Hot Beach, todos os guarda-vidas são certificados por instituições reconhecidas e passam por reciclagens periódicas, incluindo simulações de resgate, atendimento pré-hospitalar e primeiros socorros. “Realizamos treinamentos integrados com outras equipes operacionais como limpeza, manutenção e atendimento, para que todos saibam identificar e agir diante de possíveis riscos ou emergências. Segurança é cultura organizacional, e todos têm responsabilidade nisso”, enfatiza Brunno.

Segurança é prioridade em parques aquáticos e piscinas de hotéis Paulo Menezes: “Os guarda-vidas estão treinados para interagir constantemente com o público, reforçando regras de segurança de forma acessível e respeitosa”. (Foto - Beach Park)

No Aqua Park, parque aquático do Beach Park, um dos principais desafios é garantir a segurança de milhares de visitantes com diferentes níveis de habilidade na água, e ao mesmo tempo proporcionar uma experiência divertida e fluida. “Isso exige planejamento estratégico, capacitação contínua da equipe de guarda-vidas, monitoramento em tempo real e a rápida resposta a qualquer situação de risco. Além disso, fatores climáticos, como ventos fortes ou chuvas intensas, podem exigir intervenções rápidas para manter a operação segura”, analisa Paulo Menezes, Diretor de operações do Beach Park. Ele ainda enfatiza que a comunicação com os visitantes começa já na entrada do parque, com sinalizações visuais claras, painéis informativos e orientações da equipe de atendimento. “Os guarda-vidas estão treinados para interagir constantemente com o público, reforçando regras de segurança de forma acessível e respeitosa. Também utilizamos sistemas de rádio, sensores e câmeras de segurança nas atrações”, explica. “Vale lembrar que o parque passa por fiscalizações periódicas realizadas por órgãos como o Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e órgãos municipais e estaduais de turismo. Essas inspeções avaliam desde as condições das estruturas até os protocolos de segurança e primeiros socorros. Também é exigida a renovação regular de licenças e laudos técnicos. Possuímos a certificação internacional da Jeff Ellis & Associates - referência em consultoria e treinamentos em segurança aquática - que atesta que o parque aquático segue padrões internacionais de excelência em segurança, além de garantir que os profissionais responsáveis pela vigilância aquática estejam constantemente treinados e atualizados”, revela Paulo.

Segurança é prioridade em parques aquáticos e piscinas de hotéis Daniel Sardinha Pedrette: “Precisamos garantir a cobertura completa das áreas molhadas, considerando a extensão das piscinas e a alta rotatividade de hóspedes, representa um desafio logístico relevante” (Foto - Divulgação)

Na visão de Daniel Sardinha Pedrette, Gerente de entretenimento e experiências do Costao do Santinho Resort, sendo um empreendimento all inclusive, um dos principais desafios na operação de segurança das piscinas é manter uma vigilância constante e redobrada, especialmente em contextos em que há consumo de bebidas alcoólicas. “A possibilidade de desatenção, tanto de adultos quanto de responsáveis por crianças, exige atenção contínua por parte da equipe de segurança aquática. Também precisamos garantir a cobertura completa das áreas molhadas, considerando a extensão das piscinas e a alta rotatividade de hóspedes, representa um desafio logístico relevante. Outro ponto crítico é a variação do perfil dos visitantes, que inclui famílias, casais e grupos com diferentes níveis de familiaridade com regras de segurança em ambientes aquáticos”, pontua.

No Costao do Santinho, a comunicação com os hóspedes é realizada por meio de diferentes canais, com foco na clareza e prevenção. Placas informativas estão posicionadas em locais estratégicos nas áreas das piscinas, apresentando regras de uso, orientações de segurança e avisos sobre profundidade. “A equipe de recreação e os próprios profissionais de segurança também orientam os hóspedes diretamente, sempre de forma cordial e educativa. Em momentos de maior movimento, como finais de semana e períodos de férias, essas orientações são reforçadas com ações de presença e comunicação ativa”, lembra Pedrette.

Os profissionais que atuam na segurança das piscinas do Costao do Santinho passam por um processo seletivo rigoroso, com exigência de certificações atualizadas em salvamento aquático e primeiros socorros. Além da qualificação técnica, é essencial que os colaboradores apresentem postura ética, atenção concentrada e boa comunicação interpessoal. “Após a contratação, todos passam por um treinamento interno focado nas diretrizes do resort, com ênfase em prevenção, conduta proativa e integração com outras equipes operacionais e de atendimento ao hóspede. A capacitação é contínua, com atualizações periódicas e simulações práticas, a fim de manter a equipe preparada para agir com rapidez e eficiência em qualquer situação”, diz o Gerente de entretenimento e experiências.

Saulo Vilaça: “A comunicação com os visitantes sobre regras e comportamentos seguros é realizada pelas equipes de salva-vidas em uma abordagem direta de conscientização” (Foto - Divulgação)

Na observação de Saulo Vilaça, Diretor de finanças, controladoria, ADM e Facilities do Le Canton, resort em Teresópolis (RJ), os principais desafios enfrentados na operação de segurança das piscinas são as crianças desacompanhadas ou sem uso de boias ou coletes, adultos que ignoram as regras de mergulhos ou pulos perigosos, vigilância em áreas múltiplas ou piscinas com pontos cegos, uso indevido com corridas ao redor da piscina ou brincadeiras perigosas nas áreas molhadas e o uso das piscinas após ingestão de bebidas alcoólicas. “A comunicação com os visitantes sobre regras e comportamentos seguros é realizada pelas equipes de salva-vidas em uma abordagem direta de conscientização. Também é feita por meio de várias placas de indicação e regras devidamente instaladas em pontos estratégicos e no manual de regras disposto nos apartamentos”, ele diz.

O resort Le Canton conta com uma manutenção feita dentro do organograma pela equipe interna de Facilities, atendendo aos padrões normativos mais rigorosos. “Em relação aos sistemas de segurança, dispomos de moderno sistema Anti-Sucção Power Flow, no qual são realizadas manutenções preventivas regulares”, afirma Vilaça. Ele ainda lembra que há treinamento com bombeiros civis, disponibilizado uma enfermaria das 10h às 22h e uma ambulância de classe B (transporte sem risco eminente de morte). Em caso de maior gravidade, é acionado o Samu da região.

O processo de seleção e capacitação dos profissionais responsáveis pela segurança das piscinas do Le Canton, segue critérios internos de atração e seleção junto ao departamento de Recursos humanos. “O profissional precisa se enquadrar no descritivo da função de guardião de piscina, ter experiência mínima na função, se faz necessário ter o certificado de salva-vidas com certificação e formação do Corpo de Bombeiros, devidamente homologado e credenciado junto ao CBMERJ”, complementa Saulo.

Segurança é prioridade em parques aquáticos e piscinas de hotéis Oliver Krause, Diretor geral do Thermas de São Pedro; e Bruno Avelino, Gerente de operações (Foto - Divulgação)

Para Oliver Krause, Diretor geral do Thermas de São Pedro, no interior de São Paulo, a operação de segurança em piscinas de parques aquáticos enfrenta diversos desafios, dada a complexidade do ambiente e o grande volume de visitantes. “Parques aquáticos geralmente possuem várias piscinas, toboáguas e atrações com características e profundidades diferentes. Isso exige uma equipe de guarda-vidas bem treinada e em número suficiente para monitorar simultaneamente todas as áreas, garantindo a atenção necessária em cada ponto. Muitos visitantes, especialmente crianças e adolescentes, podem ignorar as regras de segurança, correr, empurrar ou praticar mergulhos perigosos. Lidar com essa variedade de comportamentos e garantir a conformidade com as normas é um desafio constante”, ele afirma. O Diretor também reforça que chuvas, tempestades e ventos fortes podem afetar a visibilidade da água, a segurança das estruturas e a estabilidade de algumas atrações, exigindo a interrupção temporária das operações e a evacuação dos visitantes. Assim como manter os níveis ideais de cloro, pH e outros parâmetros químicos da água é crucial para prevenir a proliferação de bactérias e outros microrganismos. “Incidentes podem acontecer, desde pequenos cortes e escoriações até afogamentos e lesões mais graves. A equipe de segurança precisa estar preparada para agir rapidamente, prestar os primeiros socorros e acionar serviços de emergência quando necessário”, completa. O Gerente de operações, Bruno Avelino, reforça que “a alta sazonalidade dos parques aquáticos, especialmente, pode levar a uma rotatividade de funcionários, exigindo um treinamento contínuo e eficaz para garantir que todos os salva-vidas e equipes de apoio estejam devidamente capacitados”, diz.

Segundo Krause, a comunicação eficaz é fundamental para garantir a segurança dos visitantes. “Nós utilizamos diversas estratégias para informar sobre regras e comportamentos seguros, como placas grandes e coloridas, com pictogramas intuitivos, que são instaladas em pontos estratégicos em todas as piscinas e atrações. Fora isso, os guarda-vidas e outros funcionários do parque são treinados para orientar os visitantes verbalmente sobre as regras antes da utilização de atrações”, afirma. Em algumas atrações, são feitos anúncios regulares pelo sistema de som, lembrando os visitantes sobre as regras de segurança, as condições climáticas e quaisquer avisos importantes. Também há folders, mapas do parque ou telas digitais interativas com informações sobre as regras de segurança, localização de postos de primeiros socorros e outras informações relevantes. Para Bruno Avelino, “em algumas atrações mais radicais, os operadores devem realizar um breve briefing antes do uso, explicando as regras específicas e as posições de segurança”, ele lembra.

Segurança é prioridade em parques aquáticos e piscinas de hotéis Francisco Donatiello: “A metodologia preventiva está no DNA de um parque aquático, com um trabalho que antecipe a ocorrência de incidentes das mais variadas formas” (Foto - Divulgação)

Tecnologia na prevenção

Com o avanço da tecnologia e o aumento da preocupação com a segurança em ambientes de lazer, os hotéis, resorts e parques aquáticos têm investido cada vez mais em soluções inovadoras para prevenir acidentes, especialmente afogamentos. A integração de câmeras inteligentes, sensores subaquáticos e dispositivos portáteis promete transformar a forma como esses locais lidam com a segurança dos frequentadores.

Muitas ocorrências acontecem em piscinas privadas e públicas durante os períodos de férias. Nesse contexto, a adoção de tecnologias preventivas tem se mostrado uma aliada fundamental na redução de riscos.

Entre as inovações mais adotadas estão os sistemas de monitoramento com câmeras subaquáticas e inteligência artificial. Equipamentos como os sistemas AngelEye e Poseidon monitoram a movimentação dos usuários em tempo real e detectam padrões de comportamento que indicam risco de afogamento, emitindo alertas sonoros e visuais para os salva-vidas ou centrais de segurança.

Piscinas de hotéis e resorts também estão utilizando alarmes inteligentes, que disparam ao detectar movimentações inesperadas na água, como a queda de uma criança desacompanhada. Sensores de presença e barreiras infravermelhas complementam esse sistema, criando uma linha de proteção invisível em torno da piscina.

Outra inovação que tem ganhado espaço são as pulseiras e coleiras inteligentes. Utilizadas principalmente por crianças, esses dispositivos monitoram a localização e o tempo de submersão, enviando alertas ao menor sinal de perigo. Alguns modelos mais avançados também monitoram sinais vitais, como frequência cardíaca.

A segurança também é reforçada por aplicativos de gestão, que reúnem dados de sensores, registros de manutenção e inspeções técnicas. Em parques aquáticos de grande porte, drones e robôs subaquáticos já são utilizados para monitorar áreas amplas e auxiliar em operações de resgate e manutenção.

O controle da qualidade da água também foi modernizado. Sensores automáticos analisam parâmetros como pH, cloro e turbidez em tempo real, evitando riscos à saúde dos banhistas e garantindo ambientes mais seguros e agradáveis.

Embora essas tecnologias ofereçam uma camada adicional de proteção, especialistas reforçam que elas não substituem a presença e a atenção dos salva-vidas e responsáveis.

A manutenção preventiva é a ferramenta-chave na operação segura de parques aquáticos, lembra Donatiello. “A metodologia preventiva está no DNA de um parque aquático, com um trabalho que antecipe a ocorrência de incidentes das mais variadas formas. São utilizados checklists específicos para cada área, tais como qualidade da água, condições de limpeza e escorregamento dos slides, calibragem da pressão das boias, boas condições de bombas e filtros, entre outros”, revela.

Para Bruno Teodoro, também é muito importante a comunicação preventiva, que se caracteriza por ser multicanal e começa antes mesmo da entrada no parque. “Utilizamos sinalização visual ampla e clara em todas as áreas aquáticas, reforçada por avisos sonoros, monitores nas atrações, e orientações diretas dos nossos guarda-vidas. Além disso, nossa equipe de recreação também atua de forma lúdica para reforçar comportamentos seguros, especialmente com crianças”, ele diz.

Na análise de Rhalph Valverde, as principais tendências estão se concentrando em inovações tecnológicas, melhorias na formação da equipe e uma abordagem mais holística da segurança. “Algumas das tendências são as tecnologias de monitoramento avançada, sistemas de alerta e comunicação, treinamento intensivo e contínuo, engajamento dos visitantes, soluções sustentáveis, design inclusivo e revisões regulares de segurança”, informa. “Entre as principais tendências, destacam-se o uso de tecnologias como IA - Inteligência Artificial para monitoramento de piscinas, sensores subaquáticos que detectam movimentos atípicos e plataformas de gestão integrada de segurança. Também há uma ênfase crescente em treinamentos imersivos, como simulações de resgate com realidade virtual, além da personalização das mensagens de segurança para diferentes perfis de visitantes, incluindo crianças, idosos e pessoas com deficiência”, afirma Paulo Menezes.

Na visão de Oliver Krause, Diretor geral do Thermas de São Pedro, a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante no aumento da segurança em parques aquáticos. “Alguns exemplos são as câmeras de vigilância de alta resolução, que são instaladas em todo o parque, incluindo as áreas das piscinas, para monitorar o comportamento dos visitantes, identificar situações de risco e auxiliar na investigação de incidentes. Utilizamos aplicativos móveis e rádios para facilitar a comunicação entre a equipe de segurança, permitindo o envio rápido de alertas, relatórios de incidentes e a coordenação de respostas a emergências”, revela.

HTH, marca mundial com mais de 90 anos de tradição

A empresa possui um portfólio completo para tratamento de piscinas residenciais e também para piscinas comerciais e recreativas, as quais requerem cuidados especiais. É a única empresa fabricante de hipoclorito de cálcio no Brasil e a única marca do País com produtos certificados internacionalmente com o selo NSF 50, que garante a segurança dos banhistas e alta perfomance dos produtos no tratamento de piscinas. A linha residencial é composta de um portfólio de sanitizantes à base de hipoclorito de cálcio - como o Cloro HTH Tradicional e Flutuadores - e o mais novo lançamento da linha à base de dicloro: o HTH Cloro Multiação Estabilizado. Além dos cloros, a HTH oferece uma linha de algicidas, clarificantes, corretores de Ph e alcalinidade e demais produtos para manter a limpeza da piscina sempre em dia. Todos os produtos da marca são livres de cobre, ou seja, não deixam os cabelos esverdeados.

Já para a linha comercial, específica para as necessidades de piscinas de alto fluxo de pessoas, como hotéis, clubes e resorts, a HTH desenvolveu uma solução que inclui equipamentos de automação de tratamento e uma linha de produtos específica para este mercado, com a marca HTH PRO. Com a oferta de serviços e produtos específicos para a necessidade deste segmento, é garantido que a qualidade da água estará ideal em todos os momentos de uso da piscina, com maior proteção para os banhistas e melhor gestão do tratamento da água por parte das empresas.

Quando pensamos em piscinas comerciais, a responsabilidade pela segurança dos usuários é ainda maior e há o desafio de manter uma água saudável e pronta para uso. “A forma como os estabelecimentos comerciais realizam o tratamento pode impactar diretamente na qualidade da água da piscina e na segurança dos usuários. Um tratamento ideal consiste em manter a piscina sempre equilibrada em relação a quantidade de cloro livre na água, que é essencial para combater as bactérias e contaminantes presentes na piscina, e também em relação ao Ph e alcalinidade. Qualquer variação nestes indicadores pode representar perigo de contaminação por doenças, fungos, e mesmo a deterioração da cristalinidade e até presença de algas na piscina. A falta de cloro, por exemplo, pode ocasionar transmissão de diversas doenças, assim como uma piscina com Ph desajustado pode prejudicar os olhos, pele e a saúde dos banhistas”, informa Romeu Sato, Gerente de Vendas da HTH PRO.

Em piscinas de hotéis e resorts é difícil prever qual será o número de banhistas e quando poderá ocorrer um grande acúmulo de pessoas na piscina, aumentando a matéria orgânica e contaminantes na água. “Quando isso ocorre, certamente a quantidade padrão de cloro usada diariamente não será suficiente para garantir a segurança dos usuários. Por isso a importância de manter um sistema analítico de tratamento que realiza a leitura dos parâmetros da água e faz as correções de acordo com a necessidade, mantendo a piscina sempre sanitizada e segura. Aqui entra a automação do tratamento com HTH PRO, trazendo padronização e segurança na aplicação dos produtos”, pontua Sato.

A HTH possui centros de desenvolvimento e P&D em todo o mundo, que envolvem investimentos em produto, embalagem e serviços para proporcionar o que há de mais moderno e sustentável em tratamento de piscinas. Para reforçar ainda mais este compromisso com parceiros e clientes, a empresa conquistou a certificação internacional NSF 50 e agora é a primeira marca de cloro do Brasil com produtos certificados, que seguem as normas mais rigorosas do mundo em relação a segurança e saúde dos banhistas. “Além disso, nossas embalagens são certificadas pelo Inmetro, ampliando a questão de segurança também ao transporte e armazenagem de nossos produtos, que também possuem registros específicos junto à Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, conforme exigido pela legislação vigente. Esses registros garantem que cada formulação foi rigorosamente avaliada quanto à sua eficácia, segurança e adequação ao uso proposto”, afirma Romeu. “Sabemos da importância destes temas no segmento de hotéis e resorts. Com a tecnologia de automação, e produtos e serviços que oferecemos, ajudamos nossos clientes a atender às normas de saúde e segurança, garantindo conformidade com a ABNT 10818/2016, que trata da qualidade da água, e com a ABNT 10339/2018, que normatiza os projetos, execução e manutenção de piscinas, proporcionando tranquilidade aos gestores e segurança aos usuários”, completa.

Além de agregar muito valor para a marca, provando o investimento na qualidade e segurança dos produtos, o selo NSF 50 é uma chancela global de que o produto é realmente seguro e que sua performance foi comprovada. “Quem mais ganha com a certificação é o consumidor brasileiro e os clientes que utilizam nossos produtos em suas piscinas comerciais, porque agora podem contar com um produto certificado e seguro. É um diferencial enorme para quem busca e prioriza realmente a proteção e segurança dos banhistas, sejam eles proprietários de piscinas ou usuários de hotéis, parques aquáticos, resorts, clubes e academias. Junto com o selo estão escolhendo mais segurança e saúde para os hóspedes e usuários das piscinas”, finaliza Sato.

Segurança é prioridade em parques aquáticos e piscinas de hotéis A Taj Revestimentos vem se destacando por oferecer soluções que aliam tecnologia, resistência e conforto (Foto - Divulgação)

Taj Revestimentos

Com o crescimento do turismo aquático e a popularização de resorts e parques com estruturas de lazer complexas, cresce também a preocupação com a segurança dos usuários em ambientes como piscinas, saunas e escadas molhadas. Nesse cenário, a Taj Revestimentos vem se destacando por oferecer soluções que aliam tecnologia, resistência e conforto, impactando diretamente na prevenção de acidentes nesses espaços.

A empresa oferece ladrilhos de 10x10 cm e 20x20 cm para revestimentos, e desenvolveu um sistema de colagem com desempenho acima da média do mercado. Enquanto a norma da ABNT exige uma força de ancoragem de 300 kg, os produtos da Taj atingem 780 kg/força nos testes, garantindo firmeza e evitando o desplacamento das peças – uma das causas mais comuns de acidentes como cortes nos pés e nas mãos de usuários.

Outro diferencial técnico é a facilidade de boleamento dos revestimentos em áreas críticas, como escadas, bordas de prainhas e quinas. Isso torna os acabamentos mais anatômicos e seguros, reduzindo o risco de batidas ou escorregões. A tonalidade natural da pedra também ajuda na sinalização: em degraus e desníveis, a cor se destaca do restante da piscina, servindo como alerta visual para os banhistas.

Segundo, Clésio Brogni, Diretor da empresa, “a visibilidade dos produtos da Taj em pontos como escadas e prainhas evita que as pessoas batam a canela ou o ombro por não perceberem mudanças de nível. É um detalhe simples que faz toda a diferença em ambientes movimentados”, explica.

Além disso, os modelos antiderrapantes reforçam a segurança mesmo com a presença constante de água, reduzindo a chance de escorregões tanto na área interna quanto externa das piscinas.

A Taj também se destaca por seus processos de corte, calibragem e embalagem, que seguem padrões industriais de alta precisão e segurança. As peças são acondicionadas em caixas de papelão reforçadas e paletizadas, garantindo que cheguem ao destino final em perfeitas condições de uso. “Com garantia de 30 anos, os revestimentos da marca são altamente compactados e isentos de substâncias como amianto e sílica. Outra vantagem é o controle térmico: a retenção de temperatura da pedra ajuda a reduzir a evaporação da água, contribuindo para a economia hídrica, um diferencial importante para empreendimentos que lidam com grande volume de água diariamente”, revela Clésio.

No cruzamento entre estética, tecnologia e responsabilidade ambiental, a Taj Revestimentos reforça sua posição como uma aliada da segurança e da inovação em ambientes aquáticos. Em um setor onde cada detalhe pode evitar um acidente, investir em soluções inteligentes se torna mais do que uma escolha técnica, é um compromisso com a segurança dos usuários.

Papel dos visitantes

Uma das dúvidas que podem surgir quando o assunto é segurança nas piscinas de parques aquáticos e resorts é o papel dos visitantes na garantia da própria segurança. Brunno Teodoro tem uma análise sobre o tema. “A segurança é uma via de mão dupla. Trabalhamos intensamente para criar um ambiente seguro, mas é essencial que os visitantes também respeitem as orientações dos guarda-vidas, a sinalização e as regras do parque. Incentivamos uma postura ativa dos pais, especialmente com crianças pequenas, e reforçamos constantemente que prudência e atenção salvam vidas”, finaliza.

Segurança é prioridade em parques aquáticos e piscinas de hotéis O comportamento dos visitantes também é fundamental para a segurança de piscinas e parques aquáticos (Foto -  Cookie Studio - Freepik)